VINTE E QUATRO HORAS
Em cada sapato largado,
em todo pedaço mantido,
em outro olhar achado,
em algum cheiro perdido,
qualquer que seja o sentido:
feito, efeito, defeito contido.
No peito, é mudança de clima.
No jeito, é estação de contradizer.
Convém apenas deixar ser.
E assim,
e somente.
É mente em banho-maria.
Calmaria no mar, na terra, no ar.
No pensar, estar, sem querer,
com brinquedos, experimentando,
redescobrindo, recriando,
reinventando-se então.
Ou melhor, revoltando-se,
voltando, crescendo, sendo,
o que sempre foi antes de achar,
o que sempre será, achando ou não:
ação, existência, insistência,
reação, resistência, persistência.
Na essência, é vida.
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