@palivre

terça-feira, 15 de junho de 2010

caminho do arco-íris #1


O CAMINHO ÚNICO DO ARCO-ÍRIS
imagens de autor desconhecido



Às vezes me pego observando os humanos e suas funções sociais. Vez em quando reparo em uma mulher com um filhinho do lado, mãos juntas, caminhando para algum destino qualquer. Isso me faz pensar nos humanos que nasceram para povoar o planeta.

Cada homem tem uma função. Os que nasceram para povoar o planeta empenham todas as suas energias no ato sexual, por ignorar a possibilidade da espécie humana ser extinta. Enquanto isso, os últimos exemplares vivos de cerca de trezentos e vinte e três espécies raras da fauna e da flora, de elevada importância para o ecossistema e, sobretudo, para a humanidade, estão morrendo em consequência da superpopulação humana e seu desenvolvimento insustentável.

Os que nasceram para povoar o mundo não estão preocupados com o futuro do mundo. Estão apenas interessados em garantir a certeza de que haverá alguém cuidando deles na velhice (mesmo que essa velhice seja num mundo inabitável). Então, por isso, e no medo de algo dar errado, eles fazem filhos e mais filhos, como forma de garantir que se um morrer ou o outro for viver nas montanhas, eles ao menos tenham outros mantendo sua segurança.

Os que nasceram para povoar o mundo fazem questão de que seus filhos carreguem seus nomes e sobrenomes, façam jus às conquistas dos seus antepassados, honrem ferrenhamente suas histórias e memórias, lustrem seus ideais e princípios antiquados como fossem o presente vivo, e tirem permanentemente o pó de monumentos construídos para exaltar unicamente eles mesmos (mesmo quando esses monumentos só exaltam seus cadáveres).

Ou seja: aquele que nasceu somente para povoar o mundo está unicamente interessado em povoar o mundo (mesmo que essas sementes dificilmente encontrem terra fértil), e não melhorar o mundo. Afinal, quantidade nem sempre é qualidade. Também é bom que fique claro que ter filhos não faz de alguém um mero povoador. Povoador não é aquele que faz filhos, mas sim o que faz filhos e nada mais.

Fazer filhos é uma possibilidade de se enquadrar no conceito de povoador. Porque a partir do momento em que o ser humano se dedica a cuidar de um filho, de viver unicamente para preparar e assegurar a integridade do material genético provindo do próprio sangue, ele de certa forma está sendo um povoador. Povoador no sentido de alguém que liga apenas para a própria cria, ou mais para ela do que qualquer outra coisa.

Quando a própria cria é algo tão reduzido quanto um filho, um livro, um quadro, uma planta, algo pessoal por demais, de certa forma nos tornamos um pouco do povoador que só se importa com a permanência dos seus genes no planeta. Genes que na verdade não são dele, são da existência como um todo. Genes que o ser na consciência reduzida e fragmentada acredita que sejam seus, e até argumenta para provar que sejam.

A questão não é parar de ter filhos, parar de escrever livros, parar de pintar quadros ou parar de regar plantas, mas sim de começar a ver todos os seres como filhos, ler todas as vidas como livros, perceber todos os quadros como cores e observar todas as plantas como homens.

Nada contra o ser povoador, todos os seres carregam algo dele. No fundo carregam além: exploradores e colonizadores também. Mas não há problema nisso. Problema há em ser apenas isso quando há muito mais a ser. Quando há todo um universo infinito para ser vivido. Quando os limites estão sempre limitando e são eternamente limitadores.

***

Existem quatro grupos que servem como representação do esquema de forças cósmicas do homem: os quatro elementos primordiais (ar, fogo, terra, água), os quatro pontos cardeais (leste, norte, oeste, sul), as quatro estações do ano solar (primavera, verão, outono, inverno) e os quatro fases lunares (quarto crescente, lua cheia, quarto minguante, lua nova). Estes quatro grupos são chamados de Os Quatro Caminhos do Sol. Correspondem às quatro áreas do conhecimento e da ação humana voltadas para o bem estar e saúde do ser humano cósmico.

Tendo como base que o ser não é apenas uma parte, mas sim parte de um grande todo, todas as ações d’Os Quatro Caminhos do Sol estão fundamentadas na necessidade de uma sociedade organizada em torno do bem comum e coletivo.

Embelezar, Educar, Alimentar, Curar. Eis Os Quatro Caminhos do Sol. Eis o sistema de desenvolvimento humano cósmico e celestial. Cada uma dessas forças tem dentro de si, em potencial, quatro expressões que fazem parte de um conjunto conhecido como As Dezesseis Expressões de Força do Caminho Solar.

A harmonização total e plena das quatro expressões de força de cada um dos quatro caminhos solares gera um novo caminho, conhecido como caminho do cristal. Os Quatro Caminhos do Cristal são a Criação, a Evolução, a Transmutação e a Revolução. São quatro caminhos correspondentes a cada um dos quatros caminhos solares.

O Caminho do Embelezar manifesta a força do elemento ar, canaliza o poder do magnetismo oeste, desenvolve as qualidades da estação primavera e expressa a experiência pela ação artística (diagonal inferior esquerda do quadrado perfeito). A harmonia entre o ar, o oeste, a primavera e a arte conduz ao Caminho da Criação.

O Caminho do Educar manifesta a força do elemento fogo, canaliza o poder do magnetismo norte, desenvolve as qualidades da estação verão e expressa a sabedoria pela ação religiosa (diagonal superior esquerda do quadrado perfeito). A harmonia entre o fogo, o norte, o verão e a religião conduz ao Caminho da Evolução.

O Caminho do Alimentar manifesta a força do elemento terra, canaliza o poder do magnetismo leste, desenvolve as qualidades da estação outono e expressa o amor pela ação ecológica (diagonal superior direita do quadrado perfeito). A harmonia entre a terra, o leste, o outono e a ecologia conduz ao Caminho da Transmutação.

O Caminho do Curar manifesta a força do elemento água, canaliza o poder do magnetismo sul, desenvolve as qualidade da estação inverno e expressa a inteligência pela ação científica (diagonal inferior direita do quadrado perfeito). A harmonia entre a água, o sul, o inverno e a ciência conduz ao Caminho da Revolução.

Realizando Os Quatro Caminhos do Sol (Embelezar / Educar / Alimentar / Curar) com plenitude, Os Quatro Caminhos do Cristal (Arte / Religião / Ecologia / Ciência ) se realizam automaticamente. Transcendendo com harmonia, sintonia e sinergia concentrada, expansiva e retroalimentante cada uma d’As Dezesseis Expressões de Força do Caminho Solar, o ser adquire a fonte de luz permanente do sol central e a transparência reluzente e a pureza do cristal, nivelando a mente e o corpo com equilíbrio na exata vibração do cosmos. Eis a porta de acesso para O Caminho Único do Arco-Íris.

O Caminho Único do Arco-Íris desabrocha como uma flor, após a planta ter germinado e os galhos e folhas terem brotado. É o único caminho real e verdadeiro que existe simultaneamente em todas as esferas da existência universal. Mas para fazer parte dele, o ser deve estar livre de todas as ilusões, desapegado de todas as verdades, desidentificado de todos os pensamentos, completamente pronto para adentrar sem medo na existência do não-nome, da não-forma, do não-sentido e da não-razão.

Uma vez dentro do arco-íris, coletivamente, em união, ninguém segura mais. Não há povoamento que estrague. Não há colonização que atrapalhe. Não há exploração que ofenda. O Caminho Único do Arco-Íris é para todas as pequenas partes que fazem parte do grande todo. Por isso é aberto, grátis e livre para todos, sem distinção de credo, raça ou idade.

Cabe a cada um a decisão de ser povoador, explorador, colonizador, caminhador ou caminhante. Aos que simpatizam com a idéia do andarilho, e compartilham da vontade de percorrer os caminhos, principalmente O Caminho Único do Arco-Íris, fica o alerta: prepare as pernas, pois é chão.


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