QUEM VAI LAVAR A LOUÇA?
para toda panela há uma tampa
para toda tampa há um tempo
o que sobra é lamento e saudade
um cozido frio da realidade insossa
uma sopa de osso com gosto amargo
na lembrança um sabor que não volta
no tempero o desespero dum passado
tudo misturado num adeus dissociação
entretanto continuamos panelas
mudadas reformadas reformuladas
iguais mas também tão diferentes
não há tampa que aguente tal mutabilidade
não há tempo que resista ao prazo de validade
resta esquentar o fogo e fazer o agora ferver
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