@palivre

sábado, 23 de junho de 2012

divagando por aí #18


A BELEZA ESTÁ DANÇANDO
imagem de autor desconhecido

















A naturalidade é realmente admirável. Quanto mais próximo o ser estiver da sua natureza, da sua espontaneidade, mais beleza é possível enxergar. É como se as borboletas e libélulas estivessem muito mais próximas de ganhar um concurso de beleza do que as mulheres. Como se o simples movimento de asas ao vento fosse mais maravilhoso do que qualquer artificialismo industrial. E parece que isso se agrava cada vez mais.

Mas são duas coisas acontecendo paralelamente: ver beleza na naturalidade dos seres e ver beleza em todos os seres. São dois trabalhos de percepção complementares, que transpassam um ao outro e se desenvolvem mutuamente. Um: as pessoas que agem com naturalidade e transmitem espontaneidade são mais bonitas. Dois: todos os seres são bonitos, mas os olhos precisam deixar de ser tão feios para começar a ver.

Nosso conceito de beleza está bastante equivocado. O conceito real de beleza é um agregado de atributos em perfeita harmonia. Mas a beleza que estamos vendo por aí é o império de apenas um: o físico. Com o agravamento de que esse físico está completamente destituído de sentido, submetido e subordinado ao estabelecido, condenado a incorporar somente o determinado pela moda.

A beleza é algo maior do que estamos acostumados a entender que é. Ela não se limita ao físico, muito menos a um tipo físico específico. Ela, antes de tudo, não se limita. A beleza é pura ilimitação. A beleza é uma qualidade que observamos nas coisas que dão asas a nossa imaginação ou que simplesmente nos tiram do mundo. Quando a coisa dá asas, nos estimula. Quando a coisa nos tira, surpreende.

A beleza estimula, surpreende, maravilha, tranquiliza, energiza. Beleza é aquela coisa que expande os limites. Que foge as explicações ou tentativas de descrever. Justamente por ser além do que podemos falar ou expressar, por ser meio que profunda demais para um pensamento ou uma idéia.

A beleza está dançando. Em algum lugar entre a naturalidade e a ilimitação.


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