EL ESCRIBA
imagem de christian northeast
Tomando uma água na poça, ele pensou: “Que tal escrever um texto?” Foi em meio a esse contexto que a história começou. E seguiu mesmo assim, pronta e cambaleante, como um aspirante a cavalo, ou a cela de uma prisão. Como um rifle de precisão sem calibre, um colibri esperto por natureza.
imagem de christian northeast
Tomando uma água na poça, ele pensou: “Que tal escrever um texto?” Foi em meio a esse contexto que a história começou. E seguiu mesmo assim, pronta e cambaleante, como um aspirante a cavalo, ou a cela de uma prisão. Como um rifle de precisão sem calibre, um colibri esperto por natureza.
Resistente e debochada, era a escrita de si mesma. Com a
mesma destreza que se vestia, se calçava. Não passavam perto as pernas daquele
lugar. E sentia o ar percorrer os pulmões em brasa. Uma casa de
portas abertas para o mar. E quantas ondas percorriam a extensão daquele mar!
Quão persistentes e pulsantes ondas!
E dando outro gole de água, ele pensou: “Tudo para
desaguar!” Já não lhe saciava a sede beber água, e então, olhando pra todo
aquele magnífico cenário paradoxal, disse: “Quem está aqui com tudo isso?”
Um belo e abundante saciar de uma sede insaciável por
natureza, inexplicável por descrição. Tão esperta quanto um colibri, tão sem
calibre quanto um rifle de precisão. Um tiro certeiro no alvo. “De tanto jogar
o jogo, o jogo começa a jogar com você”, ele disse. E elegantemente soltou da
boca mais uma nuvem de palavras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário