@palivre

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

assim como se nada #15


O MOVIMENTO DOS MARES
imagem de heiko windisch



Uau. Parece estar sendo altamente produtivo e construtivo esses dias no Yoga pela Paz. Essa musicalidade e tudo mais, os asanas e a meditação. Muito aprendizado, aperfeiçoamento, bhakti e karma yoga. Lendo suas palavras sinto a paz e fluidez que encontra nessas atividades. Bom saber, bom ler, bom ver tudo isso acontecendo. Na espontaneidade, naturalmente.

A luz está presente sempre, sempre esteve e sempre estará. A capacidade de vê-la e desenvolvê-la e empregá-la aumenta à medida que o homem ultrapassa a cadeia de causas efeitos e se deixa movimentar à favor da energia superior. Então muita luz, para todos aqueles dispostos a ver. E para os indispostos, que a luz se faça na medida do possível.

Estou sentindo o movimento dos mares, a sucessividade das ondas. Manter a firmeza, sustentada no centro, invulnerável ao deslocar de estados, as mudanças de posição. Conservar o ânimo decidido, em perspectiva ascendente, neutro e imparcial, rumo a onipotente justiça divina. Alinhado com o presente, e a vontade maior expressada pelo agora.

É sim um tempo de recapitulação das regras básicas. Aquelas que não podem ser chamadas de regras, porque não foram instituídas por outros que não nós mesmos. Aquelas que determinam os cenários da nossa vida, os contextos, e as provas a serem cumpridas. Não regras inventadas por homens dispostos a fazer outros baixarem a cabeça e cumprir ordens, sejam elas quais forem, mas regras universais auto-ajustadas a cada tempo e indivíduo, a cada cosmos e realidade.

O nosso dever enquanto ser pensante em transição planetária é estar consciente, plenamente, integralmente, como a yoga aurobindana nos ensina. Dentro deste nível, o papel não é outro que não abandonar de vez o mundo antigo, e conservar só aquilo que continua novo e por isso resiste ao tempo, e com razão. A abertura pro novo também pede o mesmo cuidado, que pode ser melhor definido como discernimento. Estar atento para não sucumbir às novidades, e esquecer ainda mais da eternidade incomparável do momento presente.

Estamos sim aqui e agora, e tanto dentro como fora podemos ver os desdobramentos disso tudo que vem sendo chamado de evolução da humanidade. Mais que a vontade determinada de comunicar aos irmãos a verdade da nova era, que nunca foi tão nova, e mesmo assim continuará sempre sendo a ser, existe uma vontade de simplesmente fluir em paz com tudo isso. E como é bom fluir em paz. O momento próximo continua sendo esperado, nos momentos de fuga do presente. Mas quando aqui e agora, atento e consciente, o sagrado mais uma vez se revela e se mostra acessível a qualquer um.

A nova era é agora. O passado ou o futuro também são agora. O que pode estar fora do agora? Ou dentro? Será que a noção de agora não abarca tudo isso?

Não são perguntas. Apenas cantos pra lua.


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