@palivre

terça-feira, 6 de julho de 2010

divagando por aí #14


PENSEMOS EM UMA BORBOLETA
imagem de el jefe design



Hoje vamos falar sobre as escolhas que fazemos durante a vida.

Há todo momento estamos fazendo escolhas. Sentar aqui para escrever foi uma, você se dispor a ler é outra. E cada uma dessas escolhas certamente nos leva a algum lugar. Não um lugar qualquer, mas sim um lugar para onde nos encaminhamos gradualmente a cada uma de nossas escolhas. Admitamos ou não é assim que a vida acontece.

Os caminhos que trilhamos podem nos levar a infinitos horizontes. Aqui vamos representar todos os horizontes com apenas dois termos: fracasso e sucesso. Vamos utilizá-los como referenciais genéricos de destino, como sínteses de todos os caminhos que podemos tomar, para simplificarmos e termos uma idéia mais próxima da realidade de cada horizonte. A partir disso iniciaremos uma reflexão sobre o destino do caminho que estamos criando, para qual dos dois horizontes estamos caminhando, para onde nossas pegadas estão apontando.

Como em todas as outras oportunidades, precisamos de exemplos soltos, trazidos de situações imaginárias da realidade, para praticarmos o convívio subjetivo com cada uma delas em nossos mundos mentais. Pensemos em uma borboleta. Se alguém me perguntasse o que ela está decidida a fazer, qual é sua escolha, seu objetivo único e maior, eu diria que é voar. Se me perguntassem o que quero dizer com voar, responderia: ser, viver, livre e intuitivamente, seguindo o vento da sorte e aprendendo com o perfume das flores.

Então podemos usar o quadro que ilustramos primeiramente e fazer uma comparação entre o caminho que a borboleta aparenta estar seguindo e os dois horizontes absolutos que sugerimos. Mas para isso e antes disso precisamos explorar um pouco mais a definição de fracasso e sucesso. Fracasso pode ser interpretado como problemas, doenças, negatividade, morte. Sucesso como realizações, saúde, positividade, vida. Cada uma dessas interpretações leva a outras. O fracasso ligado a uma vasta gama de sentimentos e realidades conflitantes. O sucesso permeado por um conteúdo imensurável de descobertas, aprendizados e felicidades.

A diferença básica entre os dois termos: a energia que flui em cada um dos significados. Entendamos o significado como uma representação da nossa relação com o objeto em questão. O significado aqui é a verdade. A representação é a interpretação. A relação é a transformação. O objeto é a consciência. Não se fixe nas palavras. Elas precisam da abstração para mostrarem suas cores, sua diversidade de matizes. E todos aqui concordamos: a vida colorida é mais bonita.

Voltemos à borboleta. Quando observamos o trajeto dela e refletimos sobre seu objetivo, de qual horizonte nos aproximamos, de qual destino ela se aproxima? Do fracasso, onde as flores murcham e os ventos viram furacões, ou do sucesso, onde as flores agradecem ao sol e os ventos se vestem de brisa? Paremos aqui. Respiremos. Este ponto é fundamental. Uma breve observação permite detectar que a borboleta está próxima do sucesso. A borboleta está voando lá fora, chuva ou sol, na mais repleta positividade, exalando vida e representando a evolução. Ou seja, dentro do que estabelecemos como sucesso e fracasso, ela aparenta estar mais próxima do sucesso. E tudo bem que as aparências enganem, porque por outro lado muitas aparências juntas são um sinal de que estamos próximos da verdade.

Bem, agora vamos abordar essa questão dentro do mundo do homem que vive mais dentro da realidade casa, trabalho, contas, problemas de relacionamento. Tomemos como exemplo alguém que diz ter problemas, que se fixe mais nos problemas que diz ter do que nas soluções para cada um desses problemas. Uma pessoa assim tem condições de criar soluções? Provavelmente não. E por que não? Provavelmente porque está mais ocupada em pensar nos problemas. Lógico, não? É exatamente essa lógica que está por trás de cada processo mental, cada criação intelectual do homem. Lógica que predomina em grande parte da humanidade. Lógica que não tem nada de negativo quando acompanhada de intuição, harmonia, equilíbrio, estados de plena consciência. Lógica que tem tudo de negativo quando é e dá fundamento a uma série de negatividades e conflitos.

Ora, um homem que vive de ansiedades, rancores, mágoas, preocupações constantes, raivas cotidianas, ou seja, permanece grande parte do tempo inserido em um contexto de inconsciência, está distante de acessar soluções conscientes. Distante porque não tem condições de criar coisas novas, descobrir, simplesmente porque está imerso nos problemas e limitações da existência que criou. Para ser mais claro: todo seu poder de criação, sua energia vital, foi empregada na criação de problemas, ou, se não, na manutenção de problemas já criados. Esse homem fatalmente e claramente está mais próximo dos furacões e das flores murchas do que da borboleta. Primeiro, por ignorância. Segundo, por inconsciência.

Agora, se pensarmos rapidamente em tudo que acabamos de falar, vamos perceber que a escolha entre ser borboleta ou homem diz muito. Tanto quanto a escolha entre ter sucesso ou fracasso. É ela que vai determinar a qualidade da nossa vida, o sentimento de cada segundo que atravessamos aqui na Terra.

Observar a natureza é útil e ajuda nesse processo de compreensão. A borboleta desenvolveu asas. O homem está desenvolvendo a consciência.


2 comentários:

  1. Muito bom o texto. a inconsiencia é uma doença generealizada que atinge a sociedade contemporanea.
    gostei muito.

    Airton Barros

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  2. "Irmão vento, irmão sol, irmão lua... Irmão lobo tú és meu irmão...Rouxinol, sabiá, criaturas de Deus, somos obras de tuas mãos"
    Quando o homem faz de sua consciência (ou melhor, quando ele resolve usa-la)o mesmo que a borboleta faz de suas asas, ele simplismente pode entender um pouquinho mais do mundo que foi feito todo para ele...E o seu destino cheio de chuvas e trevas será simplismente realizado...
    Porque as pessoas não acreditam mais nem nas suas próprias atitudes?

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