@palivre

sábado, 31 de julho de 2010

assim como se nada #31

NADA É A TOA
imagem de autor desconhecido



É uma surpresa saber que com tanto talento você tenha apenas 16 anos. Eu já vou nos meus 29 e não me entitulo escritor, apesar de falar, e escrever, pelos cotovelos, quando há ouvidos e olhos abertos.

Tomei a liberdade de fazer uma compilação dos seus escritos, copiando e colando todo conteúdo que consegui, ou seja, que estava disponível "ocultamente" nas profundezas do seu blog. Sou bastante insistente, quando o assunto é descobrir alguma coisa do meu interesse.

Estou me divertindo. Não li muito, mas dou graças a deus que ainda existam almas expressivas como você, que optam pelo, e dão vazão ao, verbo. Nada contra qualquer outra forma de expressão, pois tudo que é vivo tem algo a ser admirado. Ou se não: contemplado, observado, aprendido, vivenciado.

Nada é a toa. Apesar de ser uma grande contradição, como você já presenciou, ou presenciará, por si própria. É de se admirar os segredos sendo desmistificados, as verdades vindo à tona.

Não tem ordem, a não ser a ordem natural das coisas, esse discurso. É uma simples questão de auto-conhecimento. Dividindo, compartilhando, multiplicando. Subtraindo necessidades desnecessárias, adicionando desnecessidades necessárias.

Venho aqui falar contigo por pura admiração. Fico admirado ao ver a simplicidade e leveza com que toca as palavras. Demonstra um belo domínio do verbo. Uma singeleza em retratar suas impressões. Os mundos que você interliga. Os castelos que destrói. O diálogo com a obra dos poetas. A metalinguística de um poema sobre o poema. Ou do poeta retratado nos versos da poesia.

Não li muita coisa, exceto alguns poemas e trechos de uma série. Estou muito grato por isso. Fazemos o bem sem pedir nada em troca.

Gostei dos títulos, dos marcadores/sessões, do conteúdo dos escritos. Há muito a se aproveitar.

Percebo o seu jeito único de compor o verso, comprometida apenas com a verdade que isso significa pra você. Os poemas que são uma extensão da forma que você olha o momento, desenquadrando o enquadramento.

E sobre a dor da felicidade: sim, eu senti. Então refleti sobre ela. Dia desses, sentindo a beleza desse sentimento, lembrei de um texto que havia escrito onde igualava o tamanho da minha dor ao da minha felicidade.

Nunca havia digerido bem tal afirmação, então resolvi ir no google, pra tentar descobrir se algumas outras almas compartilhavam do mesmo dilema que eu. Ou se ao menos tinham familiariedade com esse estranho sentimento.

Descobri você. E também Vinícius de Moraes e Clarice Lispector.

Assim fiquei mais tranquilo, e segui aproveitando a doce loucura do poeta.


Nenhum comentário:

Postar um comentário


Creative Commons License