@palivre

segunda-feira, 28 de junho de 2010

assim como se nada #27


BIG BROTHER 2012 (OU: TODOS SÃO BEM-VINDOS)
imagem de heiko muller



"Está aberta a temporada de caça aos homens."

Se você é homem, tome muito cuidado. Agora os da sua espécie estão prestes a se rebelar novamente contra si mesmos. Basta qualquer momento de turbulência e pronto: a bomba explode. Poucos são os dispostos a levantar a bandeira da paz. Estão se matando, irmãos contra irmãos. Gerações e gerações de homens sendo perdidas na brutalidade e na violência. Até quando ficaremos calados, assistindo tudo pela televisão?

Façam um simples teste, experimentem por si próprios. Vão em qualquer banca de dvds piratas e vejam a capa dos filmes: metade deles tem armas na capa (se não são de fogo, são de cortar, ou de outro tipo). A violência é um dos assuntos mais consumidos, adorados, endeusados, estimulados, repercutidos. Olhem as capas dos jornais: fala-se quase que tão somente de acidentes e desgraças.

Onde estão as boas notícias? Por que ninguém pode contá-las? Por que a proibição da arma de fogo foi rejeitada pelo povo brasileiro em plebiscito livre? Por que optamos pela violência para conter a violência? É óbvio que não se apaga fogo com fogo. Por que estamos deixando o mundo cair nas mãos da corrupção, da inveja, da ganância, da intolerância?

Será que algum de nós ainda vê beleza no sorriso de uma criança? Qualquer criança! Ou um velho, um idoso. Será que enxergamos a beleza de uma flor? A flor está em nosso caminho, todo dia passamos por ela, todo dia podemos contemplá-la: mas será que só uma vez, uma vez só sequer, paramos e contemplamos?

Ou só estamos deixando tudo passar, sem ver, e indo atrás do próximo assunto, desejo, objeto de consumo? Sem nem saber porque está atrás disso. Pensando que está a ir por prazer. Mas nem sabe de onde o tal prazer vem!

Bem... Que tal meditarmos um pouco nisso: nossa situação coletiva? Não poderemos fugir daqui tão cedo. Podemos ir para qualquer lugar, mas para onde formos teremos que conviver com o que habita nossos pensamentos, idéias, memórias. Sempre estaremos cercados por isso, enquanto não nos colocarmos diante de tudo isso com extrema atenção, devoção, respeito, e ousadia, de deixar a verdade se revelar por detrás dessas aparências.

Estamos prontos ou vamos ter que esperar o final do Big Brother 2012?

Escravos de salários? De rotinas escravizantes? Segunda a sexta? Despertador?

despertador
quanta dor
você desperta


É esse mesmo o mundo que queremos?

Proponho uma nova forma de olhar tudo isso. E quando digo nova, digo inédita, pura, sem ser corrompida por nossas memórias, nossos julgamentos, frutos de experiências passadas. Proponho a quebra de preconceitos. Sejamos o que somos. Não há certo nem errado. O certo é ser, e ser implica em errar. Isso não podemos mais negar.

Precisamos trabalhar juntos pela evolução da consciência.

Estamos tratando os pensamentos como objetos nossos, como propriedades nossas, como nossos pensamentos: mas não são. Não estamos pensando sozinhos. Não existe pensamento que possa se fazer sozinho. Todo pensamento é fruto de uma relação. E essa relação acontece junto com a gente, e se expressa através de nós.

Percebe?

Estamos aqui para construir uma nova paisagem. As sombras também fazem parte dela. O mal também faz parte dela. Veja a discordância, o empenho para evitar o encontro com si mesmo: isso também faz parte. E a parte que nos cabe? Amar tudo isso.

Veja que estamos muito mais interessados em assuntos pessoais, como defender ou afirmar nossa pessoa, e completamente despreparados pra agir coletivamente.

Que o bem se faça a quem ele tiver de se fazer.

Eu sou: o caminho, a verdade e a vida. Digo-te que todos são bem-vindos. Mas digo-te também que nem todos aceitam vir ao bem.


Um comentário:

  1. Obrigado pelo comentário.
    Eu concordo plenamente com o seu comentário sobre os meu post "Penso, logo sou vegetariano" e de fato já até tentei comer menos carne, mas não conseguir porque acho o trem gostoso demais. E concordo com todos os motivos que os vegetarianos têm para se tornarem vegetarianos.
    A forma como escrevo e o que eu escrevo às vezes nem condizem com o que eu penso e acredito, muitas vezes é apenas o que eu vejo e acredito que as pessoas acreditam.
    Critico deliberadamente no meu espaço, mas nem sempre estou de acordo com elas.

    Gostei do blog também, já estou até seguindo pelo meu perfil do Blogger.
    Abraços.

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