@palivre

quarta-feira, 9 de junho de 2010

assim como se nada #25


A LIBERDADE É ALCANÇADA
imagem de richard colman



Mas eu não te tenho mais longe de mim. Você acorda do meu lado. Você dorme junto comigo.

Onde quer que você esteja, estamos juntos. Não te tenho mais longe de mim, simplesmente porque não te tenho. E por não te ter, te percebi junto a mim. E foi no ir e no vir que percebi tua existência.

Por não te ter, conheci a liberdade. Ao conhecer a liberdade, pude enfim encontrar o amor. O amor, não vem das palavras, nem das pessoas. Mas as pessoas, os pensamentos e as palavras, todos eles vem do amor.

Quando eu conheci a liberdade, eu encontrei o amor. E encontrar o amor, é tão simples como respirar. É preciso estar atento, ao movimento, à beleza, de um simples gesto que passa, e dá espaço para um novo gesto. Um gesto após o outro: partes de um mesmo gesto. Uma dança cheia de passos, feita pelo conjunto.

É preciso estar desperto, para reconhecer o óbvio, para não abrir mão de experimentar a vida. O amor está pronto pra todos, mas será que todos estão prontos para o amor? Não será que estamos esquecendo do básico? O amor não é uma palavra, não é um conceito. Embora usemos o termo como palavra e estejamos limitados ao seu significado como conceito, o amor é uma energia, que rege e fundamenta todas as outras.

Mas somente um ser livre poderá reconhecer a soberania do amor. Porque o amor é simples, humilde, anônimo, e não pede nada em troca. Não faz questão de se fazer perceber, mas pode ser percebido, por todos os que amam. Mas pensar que ama, não é amar. Amar é ser livre.

Livre pra escolher. Livre pra abrir mão. Livre pra não condenar, pra perdoar. Livre inclusive pra não escolher, pra se entregar. E se escolher, quando optar, quando assim quiser, eleger o amor.

O amor é o próprio leitor. Uma eleição real nunca teria outro resultado senão o amor. Mas o amor não se limita. Não se flagela e não se contorce, no enquadramento que um eleitor, que um eleito e de uma eleição. O amor transcende isso. Mas serve de sustento pra todas essas coisas.

A direita diz: a vida vem da vida. A esquerda diz: só o amor é real.

Todos estão certos, todos têm razão. São formas diferentes de falar do arco-íris. Não nos prendamos às cores. Todos querem um arco-íris, querem saber como chegar lá. Dizem que existe um pote de ouro. Não nos prendamos às cores. As cores são os nossos caminhos. Não nos prendamos ao que achamos correto. Todos estão certos, todos têm razão. A vida vem da vida. Só o amor é real.

Não é preciso ir até o arco-íris. O que se busca lá, já está aqui. O arco-íris é o amor. O amor, é projetado no arco-íris. Mas o amor está aqui. Ele sempre esteve. E nunca vai deixar de estar. Mas só quando se alcança a liberdade, se é capaz de reconhecer, de aceitar. E de abrir o coração, pra essa energia.

Porque se alguém acha ainda que o amor é uma palavra, um pensamento, ou até se acha que o amor é simplesmente uma ação, ainda não reconheceu o que é o amor. O amor não pode ser definido. Mas pode ser reconhecido. Quem ama sabe o que é o amor.

O amor é a verdadeira sabedoria. É quando "a vida vem da vida" e "só o amor é real" ultrapassam o conhecimento. Quando eles extravasam e transbordam as margens do conhecimento, e são assimilados, corporificados, e não mais tratados como objetos exteriores, mas como a própria realidade do ser, então eles se tornam sabedoria.

O puro amor é a mais verdadeira sabedoria. Quanto mais puro o saber, melhor ele compreende as cores do arco-íris. Saber que todas são expressões de uma mesma, e que essa mesma, não pode ser chamada simplesmente de cor, é estar mais próximo da liberdade total, que só a energia do amor é capaz de oferecer.

"Quando os sentidos são purificados, o coração se purifica. Quando o coração é purificado, existe uma constante e incessante lembrança do eu. Quando existe uma constante e incessante lembrança do eu, todos os vínculos são desfeitos e a liberdade é alcançada."

Nenhum comentário:

Postar um comentário


Creative Commons License