@palivre

sábado, 1 de maio de 2010

assim como se nada #19

À PARTE (OU: SE NOS APROFUNDARMOS)
imagem de autor desconhecido



Exatamente. Mas vamos reoordenar a primeira frase: ao invés de "O que faz o homem é as imperfeições dele", colocamos "O que o homem faz é as imperfeições dele". Nessa tentativa de creditar para si os méritos da ação que acontece através dele, ele acaba perdendo mais uma oportunidade de conhecer a si mesmo e se desvencilhar das camadas mais grosseiras do ego.

E realmente, a ação do homem não poderia ser outra que não a imperfeição. Um ser que se chama de homem e se vê separado, à parte, fragmentado, não poderia produzir outra coisa que não imperfeição.

A perfeição é um espaço para ser realizado onde a total entrega já foi realizada. Quem está no comando são forças maiores que o homem. O destino do homem é fazer cada vez mais parte do que ele realmente faz parte, em direção a se tornar um com o todo. Uma parte em função do todo. E não tentar fazer o todo se deformar para se adequar à parte. O que além de incabível, não tem nada de criativo.

A criação é perfeita. E assim foi feito o homem. Mas não o homem que o homem costuma pensar que é. Muito menos a imagem que ele faz dele mesmo. Mas o homem simples, puro, despido de conceitos e rótulos. O homem carne crua, se locomovendo pela superfície da terra sem existir superfície da terra. Onde o homem seja a própria terra, superfície e locomoção.

Unidade é perfeição. A imperfeição tem um papel na evolução, na admissão da mudança de parâmetros para continuar se guiando com destino ao mais alto. Mas por outro lado, a perfeição é o que mantém esse cenário possível de continuar acontecendo.

Se nos aprofundarmos na coisa, vamos encontrar unidade. Isso é perfeito. E está acessível a nós.


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