@palivre

sexta-feira, 16 de abril de 2010

assim como se nada #17


O PORQUE DE CADA ENFIM
imagem de helmut smits



Salve, salve, inteira luz. Sabedoria de estar em tua presença.

Ando ressonando junto aos ventos que me acolhem, e humildemente sigo os ciclos do eterno aprendizado, sob os desígnios do amor, o comando da luz, de ministrar as certas lições, definir o sagrado caminho. Assimilar as experiências, traduzindo em um sonoro e ecoante sim, de aceitar, compreender, adentrar o mistério e se exacerbar nos deslimites da dimensão.

Irmãos gatos, bem-te-vis, mangueiras, coqueiros, cajueiros, onze-horas, chananas, cactos, anuns, urubus, borboletas e libélulas. Tamanha existência de vivência superior. Tudo reunido para o justo acordo. Um amor de revelar o porque de cada enfim. Crianças livres em pureza e inocência.

A mente a tantas anda, a tantas se inquieta, a tantas confusões cria e se vê enredada, a tantas soluções cria e mais problemas surgem então. Mente turbilhão que já se acalma, que já se eleva, se torna leve na divina presença. Mente turbilhão que gira em tão maior velocidade que parece simplesmente parar na presença divina.

Fica então uma paz, um saber além das palavras, um olhar profundo e penetrante, um gesto de dar as mãos em simples carinho fraternal. O mais singelo amor do não-possuir, do ver crescer à distância, do não-interferir, do contemplar o desenrolar dos fatos e dos passos. Amor da entrega ao mais alto ser, que a tudo reúne e arranja em conformidade com suas leis. Amor de se estender diante da vida como num tapete verde ensolarado e repleto de flores luminosas.


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